Ao lermos ou analisarmos um texto ou imagens, ficamos nos perguntando se elas estão corretas. Muitas vezes elas não nos trazem informação nenhuma, somente nos manipulam.
Ao levarmos jornais para a sala de aula pensando que ele nos auxiliará, mas observamos que nem sempre eles estão completos. As ideais centrais são expressas de maneira rápida e nem sempre conclusivas. Precisamos prestar atenção, pois nem sempre as matérias de jornais nos ajudam a trabalhar da maneira como queremos. Textos jornalísticos são fragmentados e precisamos fazer primeiramente uma leitura crítica.
Como nos diz Baccega,
“A formação de cidadãos, atributo da escola, passa hoje obrigatoriamente pela habilitação do cidadão para ler os meios de comunicação, sabendo desvelar os implícitos que a edição esconde; sendo capaz de diferenciar, entre os valores dos produtores dos meios, aqueles que estão mais de acordo com a identidade de sua nação; reconhecendo os posicionamentos ideológicos de manutenção do status quo ou de construção de uma variável histórica mais justa e igualitária. E, para isso, a escola não pode esquecer-se do ecossistema comunicativo no qual vivem os alunos. Ou seja, ou a escola colabora para democratizar o acesso permanente a esse ecossistema comunicativo ou continuará a operar no sentido da exclusão, tornando maiores os abismos existentes.” (Baccega, 2003, p. 81)
Muitas vezes ao levarmos textos ou imagens para a sala de aula, levamos com ele nossa expectativa pessoal que muitas vezes é interpretada de maneira diferente da nossa, porque cada um tem a sua realidade e interpreta-a com o seu conhecimento a sua “bagagem” de vida.
“Aprender sobre o mundo editado pela mídia, a ler além das aparências, a compreender a polifonia presente nos enunciados da narrativa jornalística, não é tarefa fácil, mas desejável para uma leitura crítica da mídia. Discutir a responsabilidade social da imprensa, do jornalista, compreender as intrincadas relações de poder que estão por trás da composição dos veículos; capacitar professores e alunos para entender os sentidos, o significado implícito no discurso da imprensa não são tarefas fáceis. Exigem muito mais que a competência do fazer jornalístico e o entendimento claro de que a linguagem utilizada pela mídia encerra múltiplas interpretações, razão pela qual a leitura da mídia na escola não deve restringir-se à leitura de um veículo, mas à pluralidade dos meios. É necessário reconhecer, portanto, que a linguagem é, por natureza, ideológica.” (Graça Caldas)